Em um desfecho surpreendente de uma busca de 25 anos, Gislayne Silva de Deus, uma escrivã da Polícia Civil de 36 anos, participou ativamente da operação que resultou na prisão do assassino de seu pai. O crime ocorreu em 1999 em Boa Vista, Roraima, e o acusado estava foragido desde 2013, quando foi condenado pela Justiça.
O assassinato de Givaldo José Vicente de Deus, pai de Gislayne, aconteceu em 16 de fevereiro de 1999, quando ela tinha apenas 9 anos. O crime foi resultado de uma briga por uma dívida de R$ 150.
Raimundo Alves Gomes, o acusado de 60 anos, foi finalmente capturado na quarta-feira (25) em Boa Vista. A prisão ocorreu em uma área de chácaras no bairro Nova Cidade, na zona Oeste da cidade.
Gislayne expressou seu alívio após a captura do assassino: ‘A sensação que eu e a minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que a gente finalmente vai ter paz’.
A trajetória de Gislayne até este momento foi marcada por determinação. Aos 18 anos, ela iniciou o curso de direito, tornando-se advogada sete anos depois. Em 2022, ingressou na polícia penal de Roraima e, posteriormente, foi aprovada no concurso da Polícia Civil.
Ao se tornar escrivã da Polícia Civil em julho de 2024, Gislayne fez um pedido específico para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH). Ela acreditava que, através desta unidade, poderia finalmente localizar e prender o assassino de seu pai.
‘Quando eu era [policial] penal, eu imaginava sempre ele chegando lá para cumprir a pena dele’, revelou Gislayne, demonstrando sua persistência na busca por justiça.
O assassino foi condenado a 12 anos de prisão em 2013, 14 anos após o crime. O caso transitou em julgado no mesmo ano, mas Raimundo permaneceu foragido até sua recente captura.
Gislayne enfatizou o papel crucial de sua família na busca por justiça: ‘Essa nossa participação de buscar, ir atrás, não deixar ele ficar imune já tem um bom tempo. Se nós não estivéssemos lá não teria tido júri e o promotor teria pedido absolvição’.