O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), está enfrentando uma série de controvérsias relacionadas às práticas trabalhistas de suas empresas. Enquanto Marçal utiliza a carteira de trabalho como símbolo de sua campanha, acusando seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) de nunca ter trabalhado, suas próprias empresas estão sendo processadas por não registrar funcionários adequadamente. As informações são do UOL.
As empresas associadas a Marçal estão envolvidas em diversos processos judiciais e condenações por irregularidades trabalhistas. Entre os casos mais notáveis estão:
O Resort Digital, em Porto Feliz (SP), onde Marçal é administrador, foi condenado a pagar R$ 80 mil por irregularidades trabalhistas e danos morais. Um trabalhador contratado como gestor da fazenda alegou ter sido expulso com sua família no meio da noite, pouco antes do Natal de 2021.
Um jardineiro do Resort Digital processou a empresa por trabalhar três meses sem carteira assinada e acúmulo de funções por mais de um ano. A Justiça reconheceu o vínculo trabalhista e determinou o pagamento de adicional de periculosidade.
Um pintor relatou ter sofrido um acidente durante o expediente no Resort Digital, alegando que ‘o carrinho de golfe tombou, ficando todo o peso do veículo em cima do braço do reclamante’. Após um ano de assistência, ele afirma ter sido demitido e ficado desamparado.
A Escola Elementare, em Alphaville, foi condenada este ano após uma faxineira relatar ter trabalhado parte do período sem carteira assinada, recebendo um salário de cerca de R$ 1.800.
Um gestor/porteiro alega ter sido contratado pela Marçal Participações e outras empresas do grupo, trabalhando de março a dezembro de 2023 sem direitos trabalhistas, sendo remunerado através do CNPJ de uma irmã.
Quando questionado sobre a falta de funcionários registrados em algumas de suas empresas durante o programa Roda Viva, Marçal respondeu que ‘a maior parte é terceirizado, porque a gente mexe com muita tecnologia’. No entanto, os processos revelam queixas de trabalhadores em funções como pintores, faxineiras e jardineiros.
A equipe de Marçal, quando contatada pela reportagem, não se pronunciou sobre as acusações. Nos processos, as defesas das empresas geralmente alegaram falta de provas por parte dos trabalhadores ou exercício do direito de demitir funcionários.