Após duas semanas de suspensão, brasileiros voltaram a acessar a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. A plataforma, comandada pelo bilionário Elon Musk, implementou uma modificação técnica em seus servidores, utilizando um serviço de ‘escudo’ para proteção.
A mudança envolveu a contratação da Cloudflare, uma empresa que opera em 330 cidades de mais de 120 países, oferecendo proteção contra ataques cibernéticos. Esta alteração dificultou a manutenção dos bloqueios impostos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em todo o território nacional.
O bloqueio da plataforma X no Brasil foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de agosto, e posteriormente confirmado pela Primeira Turma da Corte. A decisão veio após a rede social descumprir uma ordem judicial que exigia a apresentação de um representante legal da empresa no país dentro de 24 horas.
A Cloudflare, utilizada por 24 milhões de sites no mundo, cria uma espécie de ‘escudo’ no tráfego para endereços online. Ele gera um proxy reverso que organiza o fluxo de dados, protege contra ameaças e garante que o servidor permaneça oculto na Internet.
Este ‘escudo’ gerou obstáculos para os provedores de internet manterem o bloqueio do X no Brasil. A Anatel depende da ação de cada um dos mais de 11 mil provedores de banda larga homologados no país para restringir o IP da rede social.
O serviço da Cloudflare altera o endereço de IP do X através de um processo chamado proxy reverso, ocultando o IP real da plataforma. Isso impede que o endereço original seja identificado, dificultando o cumprimento da ordem de bloqueio.
A Anatel afirmou estar verificando os casos de acesso à rede e ressaltou que não houve mudança na decisão que suspendeu a rede social. A suspensão do X permanece até que todas as ordens judiciais sejam cumpridas, as multas pagas e um representante legal seja indicado no Brasil.