O deserto do Saara, conhecido como um dos lugares mais áridos do planeta, passou por uma transformação surpreendente. Imagens de satélite da NASA revelaram um aumento significativo na vegetação após chuvas intensas que atingiram a região em setembro. Este fenômeno incomum não apenas afetou o Saara, mas também grande parte do Norte da África.
As precipitações excepcionais resultaram em volumes de chuva até cinco vezes acima da média em áreas tradicionalmente consideradas entre as mais secas da Terra. Embora tenha proporcionado um crescimento inesperado da vegetação, os temporais também causaram desastres significativos.
Os meteorologistas atribuem essa ocorrência anormal principalmente ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A ZCIT, caracterizada pelo encontro de ventos na região da linha do Equador, moveu-se mais ao norte do que o habitual desde julho, direcionando tempestades para o sul do Saara.
As causas exatas desse deslocamento da ZCIT ainda não foram completamente esclarecidas, mas os especialistas apontam para dois fatores potenciais: a transição do fenômeno El Niño para La Niña, que resulta no resfriamento dos oceanos; e o aquecimento global, que faz com que a ZCIT se mova mais para o norte conforme as temperaturas aumentam.
As consequências dessas chuvas intensas fizeram algumas áreas do deserto ficaram duas vezes mais úmidas do que o normal, levando a um aumento significativo na densidade da vegetação em uma das regiões mais secas do mundo.
Um exemplo notável desse fenômeno foi o ciclone extratropical que atingiu o noroeste do Saara entre 7 e 8 de setembro, causando inundações em vastas áreas. Imagens de satélite da NASA capturaram quantidades excepcionais de água na região desértica.
De acordo com a agência espacial, a análise revelou níveis de precipitação muito superiores aos 200 milímetros anuais normalmente esperados para o deserto do Saara. As imagens mostram a formação de diversos lagos temporários devido ao acúmulo de água.