Um estudo revolucionário liderado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles desvendou como o cérebro humano codifica e compreende o fluxo do tempo e as experiências. Publicado na revista Nature, o trabalho registrou a atividade de neurônios isolados em pessoas, revelando que tipos específicos de células cerebrais disparam para refletir a ordem e a estrutura das vivências individuais.
Os pesquisadores fizeram descobertas surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro:
O cérebro não apenas retém padrões de disparo únicos após uma experiência, mas também é capaz de reproduzi-los rapidamente em estado de repouso.
As células cerebrais específicas integram as informações de ‘o quê’ e ‘quando’, permitindo que o cérebro extraia e retenha representações das experiências ao longo do tempo.
O estudo revelou que o cérebro utiliza essas informações para se preparar para estímulos futuros, demonstrando uma capacidade notável de antecipação.
Itzhak Fried, autor senior do estudo, destacou a relevância das descobertas para o desenvolvimento de dispositivos neuroprotéticos que podem melhorar a memória e outras funções cognitivas.
Fried enfatizou a importância dessas descobertas para a compreensão da cognição humana, especialmente no contexto da inteligência artificial, afirmando: ‘Reconhecer padrões de experiências ao longo do tempo é crucial para o cérebro humano formar memória, prever potenciais resultados futuros e orientar comportamentos.’
O estudo envolveu 17 pacientes com epilepsia intratável, que já tinham eletrodos implantados como parte de seu tratamento.
Os participantes passaram por um procedimento complexo que envolvia reconhecimento de padrões e sequenciamento de imagens, incluindo uma triagem inicial com cerca de 120 imagens.
O experimento principal consistiu em três etapas, onde as imagens eram exibidas em uma pirâmide gráfica, levando a um alinhamento da atividade neuronal ao sequenciamento apresentado.
Os resultados mostraram que os padrões neuronais refletiam a probabilidade de estímulos futuros, retendo essas informações mesmo após o fim das atividades, oferecendo novas perspectivas sobre como o cérebro processa e antecipa experiências temporais.