A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, expressou preocupação com a violência sofrida por mulheres na política brasileira. Durante um seminário sobre lideranças femininas organizado pelo Ministério da Justiça, ela compartilhou relatos de prefeitas que enfrentaram ataques políticos de gênero, classificando essas agressões como ‘violência contra a democracia’.
‘Nesta eleição, algumas prefeitas muito bem-avaliadas me avisaram que não vão se recandidatar. Uma delas me disse: ‘ministra, minha filha vive há um ano e meio com a avó em outra cidade porque não podia mais ir à aula, das coisas que falaram e plantaram contra mim’. Todas de cunho sexual. Esta é outra violência. Violência, como eu disse, contra a democracia’, relatou a ministra.
A presidente do TSE também abordou a falta de representatividade feminina no Supremo Tribunal Federal (STF), onde atualmente é a única mulher entre os 11 ministros. Ela comentou: ‘Me perguntaram quando teremos igualdade no Supremo Tribunal Federal. Respondi: ‘o dia que os 11 ali forem mulheres’. Retrucaram perguntando se não seria hegemonia. Bom, ninguém perguntou se era hegemonia quando só tínhamos homens’.
Cármen Lúcia fez um apelo por mais mulheres em cargos de liderança, especialmente no Ministério da Justiça: ‘Quero uma ministra da Justiça, quero mulheres na chefia. É um direito de todas nós, e há mulheres habilitadas para esses cargos de chefia’.