Caminhada diária reduz risco de dor lombar crônica, revela estudo

Caminhada diária reduz risco de dor lombar crônica, revela estudo

Pesquisa australiana mostra que 30 minutos de caminhada, cinco vezes por semana, pode prevenir recorrências de dor nas costas

Um novo estudo publicado na revista científica The Lancet revelou que caminhar regularmente pode ser uma forma eficaz de prevenir a dor lombar crônica, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

A pesquisa, intitulada WalkBack, foi conduzida por cientistas das universidades Macquarie e de Sydney, na Austrália. O estudo avaliou 701 adultos com idade média de 54 anos, que haviam se recuperado recentemente de um episódio de dor lombar baixa.

• Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu orientações de um fisioterapeuta para estabelecer um programa individualizado de caminhada, enquanto o outro grupo não recebeu orientações profissionais.

• O programa de caminhada tinha como meta 30 minutos por dia, pelo menos cinco vezes na semana, durante seis meses. Os participantes foram monitorados mensalmente por até três anos.

• Os resultados mostraram que o grupo que aderiu ao programa de caminhada demorou, em média, 208 dias para ter uma nova recorrência da dor. Em contraste, o grupo controle teve um novo episódio de dor em uma média de 112 dias depois – praticamente metade do tempo.

Impacto na saúde pública

• A lombalgia é uma questão de saúde pública significativa. Em 2020, o problema afetava 619 milhões de pessoas (10% da população mundial) e, até 2050, esse número deve chegar a 843 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

• O ortopedista Mario Lenza, gerente-médico de Ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein, comentou sobre o estudo: ‘Os resultados deste estudo confirmam, de maneira científica, os conselhos dos nossos avós: caminhar faz bem. Eles conseguiram provar aquilo que os médicos sempre recomendaram, que a caminhada efetivamente melhora os episódios de lombalgia crônica’.

Considerações importantes

• Apesar dos benefícios, a inclusão da caminhada na rotina de pessoas sedentárias com dor crônica deve ser feita com cautela. Lenza adverte: ‘A caminhada é o início dessa transição do sedentarismo para a atividade física e ela pode, sim, gerar dores nos joelhos, nos tornozelos, nos pés. Mesmo uma simples caminhada precisa ter uma orientação mais de perto’.

• O especialista ressalta a importância da supervisão profissional na transição do sedentarismo para o início da atividade física, para evitar lesões e desistência.

• É importante notar que a caminhada pode não ser a solução para todos os casos de dor lombar. Existem situações específicas que podem requerer tratamento cirúrgico, especialmente em casos com sintomas neurológicos graves.

O estudo australiano demonstra que a caminhada regular pode ser uma intervenção preventiva acessível e de baixo custo para a dor lombar crônica, oferecendo uma alternativa promissora para milhões de pessoas que sofrem com essa condição.

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