A Nicarágua decidiu expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa, em retaliação à ausência do Brasil no evento que celebrava os 45 anos da Revolução Sandinista, realizado em Manágua no dia 19 de julho. A decisão foi divulgada pela imprensa nicaraguense e deve ser efetivada nesta quinta-feira (8 de agosto).
Segundo o Itamaraty, a ausência do embaixador no evento se deve ao congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. Este congelamento foi uma resposta do governo Lula às ações do governo nicaraguense, que incluem a prisão de padres e bispos.
Em 2022, o governo de Daniel Ortega iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica, confiscando imóveis, dissolvendo ordens jesuítas e prendendo líderes religiosos que criticavam a guinada autoritária do líder esquerdista.
O Brasil vinha tentando atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua, solicitando ao governo nicaraguense a libertação dos bispos presos desde 2022.
Na semana passada, a embaixada do Brasil na Nicarágua recebeu uma queixa formal do governo local, que também ameaçou expulsar o embaixador.
O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discutirá o ocorrido com o presidente Lula.