Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, faleceu na madrugada desta segunda-feira (12 de agosto), aos 96 anos. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde a última segunda-feira (5 de agosto) por complicações em seu quadro de saúde.
Delfim Netto, professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), foi uma figura central na economia brasileira. Ocupou o cargo de ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, durante a Ditadura Militar, tornando-se um dos ministros mais longevos no posto. Além disso, foi ministro do Planejamento de 1979 a 1985, ministro da Agricultura em 1979 e embaixador do Brasil na França de 1975 a 1977.
Durante seu mandato como ministro da Fazenda, a economia brasileira registrou as maiores taxas de crescimento de sua história, com uma média anual de 9% de crescimento do PIB entre 1968 e 1974. Este período, conhecido como ‘milagre econômico’, culminou em 1973 com um crescimento recorde de 14,4% do PIB, mas com inflação de 12%. O Brasil avançou da 48ª posição para o 8º lugar entre as maiores economias mundiais.
Já na década de 1980, como ministro do Planejamento, Delfim Netto enfrentou a segunda maior crise financeira mundial do século 20, causada pelo choque dos preços do petróleo e pela elevação dos juros americanos para quase 22% ao ano. Apesar do período de alta inflação e três anos de recessão, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a superar a crise, voltando a crescer 5,6% em 1984.
Após o fim da Ditadura Militar, Delfim Netto continuou a influenciar o cenário político e econômico, participando das eleições de 1986 como candidato à Câmara dos Deputados. Ele exerceu cinco mandatos consecutivos, entre 1987 e 2007.