O Banco Central do Brasil deve manter sua taxa básica de juros, a Selic, inalterada em 10,50% até o final deste ano, segundo previsão do banco Inter divulgada nesta quarta-feira. Esta projeção vai contra as apostas predominantes do mercado, que atualmente precifica uma probabilidade de 80% de aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro.
A perspectiva do banco Inter diverge significativamente das apostas do mercado financeiro. As taxas futuras de juros indicam uma alta probabilidade de elevação da Selic na próxima reunião do Copom, marcada para 17 e 18 de setembro. Esta expectativa foi alimentada por declarações recentes de membros do comitê, sugerindo que o BC ‘aumentará as taxas se necessário’ para conter a inflação.
Apesar da posição contrária às apostas do mercado, o Inter reconhece que as chances de um aumento de taxa cresceram. Ela alerta para o risco de o BC ficar ‘preso nessa armadilha’ e acabar seguindo as indicações do mercado, mesmo que a instituição não considere necessário um aumento dos juros.
A projeção do Inter contrasta com as revisões recentes de outras instituições financeiras importantes. XP, BTG Pactual e ASA estão entre as que preveem um ciclo de aperto monetário a partir de setembro, com aumentos sucessivos que poderiam levar a Selic a 12% até janeiro de 2025.
É importante notar que as declarações mais brandas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na terça-feira, destacando uma melhora do cenário externo, contribuíram para conter apostas em um corte mais agressivo de 0,50 ponto percentual.
Enquanto o mercado se divide entre expectativas de alta e manutenção da Selic, o Banco Inter mantém sua projeção de que a taxa básica de juros encerrará 2025 em 9,5%, reforçando sua visão de que o atual patamar já é suficiente para o controle inflacionário no médio prazo.