O presidente Lula escolheu o economista Gabriel Muricca Galípolo, de 42 anos, para suceder Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC). Galípolo ocupa atualmente o cargo de diretor de política monetária da autarquia desde 2023. Se aprovado pelo Senado, ele se tornará o segundo presidente do BC independente, com mandato de 2025 a 2028.
Galípolo tem fortes laços com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tendo sido seu conselheiro desde a campanha eleitoral de 2021 e parte da equipe de transição do governo. Após a posse, assumiu o posto de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, tornando-se o ‘número dois’ de Haddad.
Em 2023, Galípolo chegou ao Banco Central como a primeira indicação de Lula para a diretoria da autoridade neste mandato, assumindo o cargo de diretor de Política Monetária. Nesta posição, tem mantido poucas divergências em relação a Campos Neto, que tem sido o principal alvo das críticas recentes de Lula.
O presidente Lula não poupou elogios a Galípolo em entrevista à rádio mineira Itatiaia, descrevendo-o como ‘competentíssimo’ e possuidor de ‘uma honestidade ímpar’. Lula afirmou que Galípolo tem ‘todas as condições’ de presidir o Banco Central.
Apesar das críticas de Lula à condução da política monetária, Galípolo alinhou-se com Campos Neto na decisão de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. ‘Quem está perdendo com isso é o Brasil’, lamentou Lula.
As recentes manifestações de Galípolo mostram um alinhamento com Roberto Campos Neto. Após a última reunião do Copom, ele passou a defender os termos da ata e afirmar que eventuais elevações da taxa Selic não estão descartadas para manter o controle da inflação. Galípolo argumenta que a autoridade monetária está ‘dependente de dados’ para futuras decisões sobre a Selic.
A indicação de Galípolo ainda será avaliada pelo Senado Federal, que tem a responsabilidade de aprovar as escolhas do Executivo para a presidência do Banco Central. Lula expressou sua intenção de conversar antecipadamente com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agilizar o processo de tramitação.