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A caixa-preta do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira (9 de agosto) revelou detalhes dramáticos dos momentos finais do voo. As gravações, analisadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), capturaram diálogos entre o piloto e o copiloto, bem como os sons finais antes do impacto que resultou na morte de todos os 62 ocupantes.
Os dados extraídos das caixas-pretas indicam que a aeronave sofreu uma perda repentina de altitude. Em resposta à situação crítica, o copiloto foi ouvido dizendo que era necessário ‘dar potência’ à aeronave, numa tentativa desesperada de estabilizá-la.
Um minuto após essa tentativa de recuperação, a gravação capturou o som do impacto com o solo, acompanhado por gritos e um estrondo final.
As transcrições das conversas na cabine, que cobrem aproximadamente duas horas de diálogo, foram realizadas pelo Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Cenipa. Essas informações fornecem insights cruciais sobre os eventos que levaram ao acidente.
O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo informou na quarta-feira (14 de agosto) que já identificou os corpos de 60 das 62 vítimas do acidente. Os trabalhos de identificação estão sendo conduzidos na Unidade Central do IML da capital paulista, no bairro de Pinheiros.
Uma equipe de mais de 40 profissionais, incluindo médicos e especialistas em odontologia legal, antropologia e radiologia, está envolvida no processo de identificação. O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) também está prestando apoio nesse esforço.
Dos 60 corpos identificados até o momento, 30 já foram liberados para as famílias, permitindo que iniciem o processo de luto e os preparativos para os funerais.
A nota foi divulgada diante de notícias veiculadas por jornais do país inteiro e nas mídias sociais sobre o que seria uma troca de diálogo entre o comandante Danilo Santos Romano e o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva.
O Cenipa destaca, na nota, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1966 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil, de 1944. “Por fim, a FAB reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como com o respeito à dor dos familiares das vítimas do acidente”.
Mídias sociais e jornais replicaram matéria que foi ao ar na noite de ontem, exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, informação que passou cerca de um minuto até o avião cair e que a “gravação” é finalizada com gritos.
