O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que o Comitê de Política Monetária (Copom) aguardará as próximas quatro semanas até o encontro de setembro para reunir ‘o maior número de dados’ e definir a nova taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano. Galípolo reiterou que ‘vamos com todas as possibilidades em cima da mesa para a próxima reunião’. A declaração foi dada na última segunda-feira (19 de agosto).
Durante um evento com empresários e políticos em Belo Horizonte (MG), Galípolo explicou a posição do Banco Central. ‘Está colocada a possibilidade de alta da Selic, mas faltam quatro semanas para a reunião. Estamos a quatro semanas do próximo Copom, precisamos observar vários dados’, afirmou. ‘O cenário está aberto para a próxima reunião. Vamos observar IPCA, IPCA-15, Caged, Pnad, PIB, lá fora, a própria fala do presidente (Jerome Powell) do Federal Reserve (o banco central americano).’
Galípolo destacou que a melhora das perspectivas para a atividade econômica é um dos pontos de atenção, e o BC tem por função ‘tomar os cuidados para que esses indicadores não se transformem em um desarranjo’.
‘A função do Banco Central é zelar pela inflação, é tomar cuidado para que esses indicadores não se transformem em um tipo de desarranjo que sinalize o crescimento da demanda numa velocidade muito descompassada com o crescimento da oferta.’
As declarações de Galípolo tiveram um impacto positivo no mercado financeiro, com a Bolsa atingindo um recorde histórico e o dólar apresentando queda.
Galípolo é considerado o nome mais forte para substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC, cujo mandato expira no final do ano. A partir de 2025, a diretoria do BC será composta majoritariamente por integrantes indicados pelo presidente Lula.