No discurso onde aceitou a indicação para vice-presidente de Donald Trump, na última quarta-feira (17/07) o senador de Ohio, JD Vance, criticou duramente as políticas dos últimos anos sob a administração de Joe Biden, que segundo ele, inundaram o mercado americano com produtos chineses, substituindo a mão de obra e produtos locais por alternativas estrangeiras mais baratas, além de alertar sobre o perigo do fentanil chinês nas próximas décadas.
O vice de Trump destacou a necessidade de reestruturar a produção industrial americana. ‘Nós vamos construir fábricas novamente… juntos, vamos proteger os salários dos trabalhadores americanos e impedir que o Partido Comunista Chinês construa sua classe média às custas dos cidadãos americanos’, afirmou.
A reação de Pequim não tardou. Em coletivas de imprensa, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China apelou por moderação na retórica, evidenciando a preocupação com a potencial hostilidade nas relações sino-americanas.
‘Pequim se opõe a tornar a China uma questão nas eleições dos EUA’, reiterou o porta-voz, destacando um pedido por uma abordagem menos confrontativa, de acordo com informações da CNN. Além da China, Vance também criticou a postura dos EUA em relação à Ucrânia e a OTAN, sugerindo uma redução no envolvimento americano em conflitos externos, uma visão que foi elogiada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que endossou a posição de Vance por uma ‘paz pelo fim da ajuda’.
Em uma entrevista à Fox News, Vance chamou a China de ‘a maior ameaça ao nosso país’, sugerindo uma rápida conclusão do apoio à Ucrânia para que os EUA possam se concentrar na ‘verdadeira questão, que é a China’. Essa visão foi reforçada por declarações de Trump sobre Taiwan, sugerindo que a ilha ‘deveria nos pagar pela defesa’, em uma entrevista à Bloomberg Businessweek.