Os servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) ameaçam entrar em operação padrão, uma espécie de greve para funcionários públicos, após as negociações de reajuste com o governo não avançarem. A categoria reclama que não houve oferta de recomposição salarial para a base.
Por meio de nota, a Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado) chama o governo Lula de ‘governo do desmonte’. A operação padrão deve começar nesta semana. Este tipo de operação ocorre quando os servidores públicos fazem o mínimo possível para a manutenção do trabalho. Ou seja, embora não seja interrompido, ele é atrasado.
‘Chegamos a um ponto de não retorno’, diz a nota divulgada na última sexta (19/07), quando houve a última mesa de negociação, chamada por eles de ‘desastrosa’. ‘Sentimos muito pela população brasileira, a quem não conseguiremos mais garantir a segurança e atender nas mais diversas áreas em que atuamos.’
As negociações não têm ido pra frente. Segundo o grupo, o Ministério da Gestão e Inovação ofereceu recomposição de ‘humilhantes’ 0% para a base e de 9,5% em 2025 e 5% em 2026, para o topo da carreira, ‘a pior proposta dentre as que têm sido colocadas para níveis semelhantes’ no funcionalismo público.
Sem citar diretamente, os técnicos fazem referência à ‘Abin paralela’ durante a gestão Jair Bolsonaro (PL). ‘Após o governo do desvio, a inteligência de Estado do Brasil sofre agora com o governo do desmonte’, diz o texto.