Ministro do STF retira sigilo de inquérito sobre joias de Bolsonaro

Ministro do STF retira sigilo de inquérito sobre joias de Bolsonaro

Investigação da PF apura venda no exterior de joias recebidas por Bolsonaro durante a Presidência, envolvendo peculato e lavagem de dinheiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu tornar público, nesta segunda-feira (08/07), o inquérito da Polícia Federal que investiga a venda de joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. As joias, adquiridas durante viagens oficiais, são o centro de uma investigação que envolve acusações de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Bolsonaro, junto com outros 11 indivíduos, está sendo investigado. O esquem teria movimentado R$ 6,8 milhões. 

O caso veio à luz após a Polícia Federal descobrir que as joias, que deveriam integrar o acervo nacional da Presidência por serem presentes oficiais, foram vendidas no exterior. Segundo a investigação, essas ações configurariam um desvio de patrimônio público por parte do ex-presidente e seus associados.

Entre os indiciados estão figuras próximas ao ex-presidente, incluindo dois advogados da família Bolsonaro, Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, além de ex-auxiliares e parentes que trabalharam diretamente com ele durante seu mandato.

Um dos momentos chave da investigação foi a admissão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que confirmou a venda das joias para pagamento em dinheiro vivo ao ex-presidente. ‘As joias foram vendidas para pagamento em dinheiro vivo a Bolsonaro’, afirmou Cid em delação premiada.

Detalhes do inquérito

A investigação também revelou tentativas de venda no exterior de outros itens valiosos. Em junho de 2022, um relógio Rolex e outro da marca Patek Philippe foram vendidos nos Estados Unidos por Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid. A operação não parou por aí, outras joias foram expostas em casas especializadas em Miami, conforme apontado pela PF.

A situação se complicou quando Frederick Wassef teve que recomprar um dos relógios nos EUA para devolvê-lo às autoridades brasileiras, numa tentativa de ‘escamotear’ a venda das joias no exterior. ‘Não participei da venda das joias’, declarou Wassef, embora não tenha comentado sobre a recompra do relógio.

Em resposta às acusações, Fabio Wajngarten, um dos advogados de Bolsonaro, defendeu-se publicamente, alegando falta de provas contra ele. ‘Fui indiciado porque no exercício de minhas prerrogativas, defendi um cliente, sendo que em toda a investigação não há qualquer prova contra mim’, escreveu ele no X (ex-Twitter).

A investigação agora segue para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que irá analisar as conclusões da Polícia Federal e decidir se prossegue com a denúncia contra o ex-presidente e os outros envolvidos no STF. 

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