O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) classificou sua condenação no escândalo do mensalão, como ‘a primeira grande fake news do Brasil’. Condenado a 7 anos e 11 meses por liderar um esquema de pagamento de mesadas a parlamentares entre 2003 e 2004, Dirceu teve sua pena perdoada em 2016 pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada durante uma entrevista concedida à Bandnews, neste domingo (07/07).
José Dirceu foi preso em 2013 por ser considerado um dos líderes do esquema que buscava garantir apoio a projetos do governo no Congresso Nacional. Sua condenação foi amplamente debatida e, anos mais tarde, o perdão judicial veio de uma decisão de Barroso. Na entrevista, Dirceu alegou que sua prisão tinha como objetivo retirá-lo do meio político, numa época em que poderia suceder o presidente Lula.
Na mesma entrevista, Dirceu comparou sua situação com a de Roberto Jefferson, também envolvido em escândalos políticos, para reforçar sua crítica às acusações que enfrentou. ‘O Roberto Jefferson foi cassado porque não provou o que era o mensalão. E o Supremo me absolveu de formação de quadrilha. Então basta ver quem é o Roberto Jefferson hoje e quem sou eu’, declarou. Dirceu também mencionou a extinção de uma segunda pena por corrupção passiva na Operação Lava-Jato, devido à prescrição, o que favorece seu retorno às eleições em 2026.
Dirceu disse que avalia sua candidatura ao Congresso em 2026. Embora necessite derrubar outra condenação da Lava-Jato, ele se mostra otimista quanto à recuperação de sua elegibilidade. Além disso, elogiou a capacidade de articulação política do presidente Lula, apesar de reconhecer as dificuldades: ‘É muito difícil fazer articulação política pois as pautas geram divergência, porque no Brasil mudou o ponto de vista dos partidos políticos’, concluiu.