Na manhã desta quinta-feira (11), a Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação que culminou na prisão de policiais suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
As investigações apontam que dois policiais, ligados diretamente à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tinham conhecimento de um decreto que visava manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após sua derrota nas urnas.
Os envolvidos, identificados como Marcelo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, trocaram mensagens que foram interceptadas pela PF. Em uma dessas mensagens, Bormevet questiona: ‘Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?’ Ao que Rodrigues responde: ‘Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa’.
Essa conversa sugere uma impaciência e incerteza sobre a efetivação do plano golpista. As mensagens revelam um cenário onde os policiais, utilizando de recursos e informações privilegiadas da Abin, conspiravam para a realização de um ato antidemocrático.
Segundo a PF, essa atuação clandestina dos policiais fazia parte de uma organização criminosa que buscava desacreditar o sistema eleitoral e atacar opositores através de desinformação.
A operação, intitulada Última Milha, é a quarta fase de uma série de investigações que apuram atividades ilícitas dentro da Abin durante o governo Bolsonaro. Além dos policiais presos, o inquérito menciona um ‘gabinete do ódio’, um grupo responsável por disseminar notícias falsas e incitar ataques contra autoridades e jornalistas.