A situação de uma empregada doméstica que trabalhava em situação análoga à escravidão, e que foi resgatadas em Minas Gerais, após anos de exploração, foi revelada no programa Profissão Repórter, da Globo.
A reportagem acompanhou o caso de Fátima Aparecida Ribeiro, que foi acolhida em uma casa em Uberlândia, enfrentando uma longa jornada de injustiças desde a adolescência, quando se viu órfã e sem amparo, prometida a uma vida melhor que nunca chegou.
Fátima, hoje com 54 anos, relatou as severas condições a que foi submetida. Chegou a Belo Horizonte ainda jovem, onde foi forçada a trabalhar como empregada doméstica sem remuneração: ‘Nunca tive quarto, não. Deitava no chão da sala em um forrinho. Demorei para acostumar com a cama. Também não tinha pasta de dente. Para escovar, eu passava o dedo nos dentes com sabão’, descreve Fátima, revelando também as marcas físicas deixadas pelas agressões que sofreu, como queimaduras causadas por água fervente jogada pela patroa.
A situação de Fátima e outras como ela veio à luz após denúncias de vizinhos. Além de não receber salário durante anos, a família que a escravizou em Belo Horizonte chegou a se apropriar de benefícios sociais destinados a ela. Posteriormente, a Justiça determinou que fossem pagos os salários atrasados e uma indenização pelos abusos sofridos.