Após a desistência do presidente Joe Biden da corrida eleitoral, os democratas vivenciaram um aumento significativo nas doações. O valor arrecadado pela campanha, que agora tem Kamala Harris como favorita, foi 17 vezes maior que o arrecadado no dia anterior, somando US$ 46,7 milhões (cerca de R$ 259 milhões) neste domingo (21).
As doações, conforme relatado pela ActBlue, plataforma de arrecadação de fundos dos democratas, chegaram ao montante recorde até as 20h no horário de Brasília, em grande parte de pequenas contribuições de eleitores entusiasmados com Harris na liderança.
Até então, a campanha de Biden e seus grupos afiliados tinham cerca de US$ 96 milhões (R$ 532,2 milhões) em caixa. Para se ter uma ideia da magnitude das doações recentes, no dia anterior, os democratas arrecadaram cerca de US$ 2,7 milhões (cerca de R$ 15 milhões).
Segundo o jornal ‘The New York Times’, importantes doadores da campanha expressaram entusiasmo com a possibilidade de Kamala Harris encabeçar a chapa, o que promete impulsionar ainda mais as doações nos próximos dias.
Em contraste, a Convenção Nacional Republicana, realizada na semana passada, entre 15 e 18 de junho, relatou um fundo de campanha de US$ 102 milhões (cerca de R$ 565,5 milhões) em junho, mas os democratas esperam superar essa marca com o novo impulso de doações.
O presidente Joe Biden anunciou sua desistência através de um comunicado no X, afirmando que cumpriria seu mandato até janeiro de 2025. ‘Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato’, escreveu Biden.
O ex-presidente Barack Obama também se manifestou, chamando Biden de ‘um patriota da mais alta ordem’. Enquanto isso, Donald Trump não perdeu tempo em comentar, afirmando que Biden ‘não estava apto para concorrer à presidência’.
A decisão de Biden surge após pressões internas do partido e questionamentos sobre sua capacidade cognitiva após um mau desempenho em um debate contra Trump em junho. Desde então, ele vinha resistindo às pressões, mas, diagnosticado com Covid-19 na quarta-feira (17/07), entrou em isolamento e começou a refletir mais profundamente sobre sua candidatura.
A Convenção Nacional Democrata, que oficializará o candidato, ocorrerá entre 19 e 22 de agosto.