O Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Alexandre de Moraes, retirou nesta segunda-feira (15/07) o sigilo de um áudio que expõe uma conversa entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Flávio Bolsonaro e o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
O diálogo aborda estratégias relacionadas ao caso de ‘rachadinha’ envolvendo Flávio Bolsonaro. Durante essa reunião, Bolsonaro e os advogados de Flávio discutiram a possibilidade de contactar José Tostes, então secretário da Receita, e Gustavo Canuto, ex-ministro realocado para a Dataprev, uma estatal de processamento de dados.
Em meio à conversa, Bolsonaro mencionou que era ‘caso de conversar com o chefe da Receita.’ A advogada Luciana Pires adicionou, ‘Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá.’
O ex-ministro Augusto Heleno também participou, enfatizando a necessidade de sigilo. ‘Tentar alertar ele que ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar de gente de confiança dele. Se vazar [inaudível].’ Bolsonaro questionou os advogados sobre o benefício da solução proposta, ‘A quem interessa pra gente resolver esse assunto?’ e recebeu a sugestão de Juliana Bierrenbach de utilizar o Serpro como caminho. Bolsonaro concordou, ‘Eu falo com o Canuto.’
A decisão de Moraes de tornar público o áudio vem acompanhada da autorização para que os advogados de defesa tenham acesso aos autos da investigação sobre o monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas.
Além disso, outros documentos fornecidos pela Polícia Federal, incluindo a gravação, também tiveram seu sigilo retirado. Segundo Moraes, a exposição desses materiais é crucial para ‘a correta informação à sociedade.’