O Hamas anunciou que Ismail Haniyeh, um de seus mais proeminentes líderes, foi morto em Teerã, no Irã, na madrugada desta quarta-feira (31/07). Haniyeh morreu após um ataque aéreo realizado por volta das 2h, no horário local, segundo o grupo. O Hamas culpa Israel pelo ataque, as forças israelenses ainda não se manifestaram, mas já haviam prometido anteriormente eliminar os líderes do grupo palestino.
Haniyeh — que era de Gaza, mas viveu no Catar durante vários anos — estava em Teerã para assistir à posse do presidente iraniano. O líder do Hamas tinha uma longa trajetória de luta e resistência, marcada por prisões e exílios.
Ismail Haniyeh, também conhecido como ‘Abu Al-Abd’, nasceu num dos campos de refugiados palestinos. Ele era chefe do gabinete político do Hamas e foi primeiro-ministro do décimo governo da autoridade palestina, entre 2006 e 2007.
Antes, em 1989, Israel o prendeu por três anos. Depois, ele foi para o exílio com vários líderes do Hamas em Marj al-Zuhur, na fronteira entre o Líbano e a Palestina, onde passou um ano inteiro em 1992. Depois desse ano no exílio, voltou a Gaza e, em 1997, foi nomeado chefe do gabinete do xeque Ahmed Yassin, o líder espiritual do Hamas, o que reforçou a posição dele no movimento islâmico.
Em 2003, Haniyeh sobreviveu a uma tentativa de assassinato realizada por Israel. Na ocasião, ele estava junto com o fundador do Hamas. Um ano depois de sua nomeação como primeiro-ministro, Haniyeh foi destituído do cargo pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
A saída do cargo ocorreu após as brigadas Al-Qassam tomarem controle da Faixa de Gaza, expulsando membros do grupo Fatah durante uma semana de violência que deixou muitos mortos. À época, Haniyeh classificou a destituição como ‘inconstitucional’ e proclamou que o seu governo continuaria ‘cumprindo as suas responsabilidades nacionais para com o povo palestino’.
Desde então, Haniyeh defendeu a reconciliação com o movimento Fatah em diversas ocasiões e, em 6 de maio de 2017, foi eleito chefe do escritório político do Hamas. Considerado um político pragmático, Haniyeh mantinha boas relações com outros grupos palestinos rivais.
Ele foi eleito chefe do gabinete político do Hamas em 2017. Nos últimos anos, viveu no exílio, deslocando-se entre a Turquia e o Catar. Ele desempenhava um papel fundamental nas negociações sobre um acordo de cessar-fogo em Gaza.