O Pantanal brasileiro testemunhou um número recorde de incêndios em junho de 2024, o maior desde o início dos registros em 1998. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectou 733 focos de incêndio no bioma até agora no mês, superando o recorde anterior de 435 incêndios em junho de 2005.
O INPE registrou um total de 1.632 incêndios no Pantanal desde o início do ano, marcando a segunda maior contagem nos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2020, que foi considerado o pior ano de incêndios para o bioma.
Atualmente, o estado de Mato Grosso do Sul, que corresponde a 60% do Pantanal brasileiro, está em estado de alerta devido a uma onda de calor que promete elevar as temperaturas em até 5º C acima da média nos próximos três a cinco dias, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Esta série de incêndios ocorre em meio a um ‘cenário de crise hidrológica’, exacerbado por uma intensa seca que começou em 2023 e foi agravada pelo fenômeno El Niño, conforme reportado pela ONG ambiental ECOA, sediada em Mato Grosso do Sul.
A situação é tão grave que a Fundação Mundial para a Natureza (WWF) Brasil alertou que 2024 poderia se tornar o pior ano já registrado para o Pantanal, visto que a estação seca está apenas começando e o número de incêndios este ano já representa um aumento de 898% em relação ao mesmo período de 2023.
‘Em 2020, tivemos esse incêndio catastrófico e os dados atuais mostram que as cifras de 2024 são muito similares às que tivemos nesse ano… É necessário agir rapidamente, reforçando as brigadas [de bombeiros] e contando com o apoio das comunidades locais para evitar uma catástrofe’, afirmou Cynthia Santos, analista de conservação da WWF Brasil, em um comunicado.